Os escritórios tiveram uma valorização média de 4,54 mil milhões de euros no ano transato, o que equivale a 2,7% do PIB português, revela o estudo anual Prime Watch, da consultora B. Prime. A previsão para este ano é de uma evolução pouco favorável.
O segmento de escritórios registou uma valorização média de 4,54 mil milhões de euros em 2012, o equivalente a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. Esta valorização é calculada com base nas rendas médias pagas por cada zona da cidade de Lisboa e a respetiva área ocupada, "o que permite concluir que o mercado gerou um total aproximado de 492 milhões de euros em rendas de escritórios, representando uma queda de 16,8% face a 2011, muito superior à queda do próprio PIB", declara a B. Prime no estudo anual Prime Watch, que analisa e traça as principais tendências do mercado de escritórios da capital portuguesa, bem como o desempenho dos fundos de investimento imobiliário a operar no País.
A consultora refere que a quebra nas rendas médias praticadas, a par da subida da taxa da área disponível e das yields médias, justifica esta queda.
Para este ano, o Prime Watch aponta várias tendências para o mercado imobiliário de escritórios que, "a par da conjuntura macroeconómica, deverá manter uma evolução pouco favorável, ou seja, baixos valores de absorção, tendência generalizada de descida das rendas e aumento da taxa de disponibilidade". No entanto, acrescenta o documento, "é expectável que o ritmo de descida das rendas não venha a ser tão elevado em 2013 como foi nos últimos anos, especialmente em 2012".
O estudo estima também "um maior equilíbrio estrutural do mercado, com a aproximação entre a curva da oferta e da procura, uma vez que a construção nova de edifícios de escritórios" se encontra "em mínimos históricos".
Investimento institucional quebra 2 anos de queda
No segmento de investimento institucional, o Prime Watch verifica vários indicadores que permitem aferir o desempenho "real" dos fundos de investimento imobiliário a operar em Portugal. Os montantes geridos subiram 0,6% face a 2011, depois de dois anos de quebra, encerrando 2012 com 11 327 milhões de euros. Contudo, "esta ligeira subida não impediu mais um ano de quedas nos valores geridos pelos fundos abertos, tendo estes registado uma descida de 3,5%". Esta desvalorização pode dever-se a resgates de unidades de participação, vendas de ativos, resultados negativos e registo de imparidades. Já os fundos fechados tiveram uma subida de mais de 220 milhões de euros sob gestão, ou seja, um aumento de 3,3% em relação a 2011.
Quanto ao grau de alavancagem, a dos fundos abertos mantém-se nos 14,6% dos montantes geridos, enquanto a dos fundos fechados sofreu um decréscimo de 3 pontos percentuais. A B. Prime afirma que, "a par da difícil atividade dos fundos, o mercado perdeu cerca de 35 mil investidores em três anos, sobretudo pequenos aforradores, e em 2012 os resgates de unidades de participação totalizaram 172 milhões de euros". Este valor, "por ser superior ao das subscrições, representa, desde 2008,uma perda total por parte dos fundos de quase 3 mil milhões de euros".
In OJE.
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