GRANDE LISBOA
A Baixa e o Chiado são as preferidas dos investidores, mas também de jovens. Famílias? Avenidas Novas. Lisboa está na moda. "Praia, rio, sol, temperatura, segurança, porque não se há-de viver aqui?". Segundo um estudo publicado em Setembro pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield, no primeiro trimestre a procura de casas em Lisboa subiu 60%. A zona onde se praticam os preços mais altos é o Parque das Nações, com 3.625 euros/m2e a Almirante Reis pode vir a ser o bairro preferido da classe média no pós-crise.
1. PARQUE DAS NAÇÕES
Quem procura? Classes média e média-alta, casais com filhos pequenos e casais reformados. E muitos estrangeiros, sobretudo chineses, franceses, angolanos e brasileiros. As ruas/zonas mais caras? Avenida D. Joâo II, Rua Ilha dos Amores e Rua das Musas.
Um atractivo: é uma zona nova. Outro: tem tudo - lojas, comboio, aeroporto, comércio. E vista para o rio. Mais um: é das zonas com mais condomínios com segurança 24 horas por dia. Finalmente: é muito organizado. "Nos prédios não há grafittí quando surgem arrumadores, a polícia vem pouco depois, os próprios cafés, se têm autorização para pôr duas cadeiras cá fora e põem três, são logo fiscalizados", diz Andreia Falcão, da Remax do Parque das Nações. Os privilégios pagam-se: um T1 na parte mais central pode chegar a 250 mil euros. Em 2013, a Remax vendeu um T4, com terraço e piscina, por 1 milhão e 200 mil euros a chineses. Os orientais procuram casas com um bom feng shui, já os clientes da América Latina querem apartamentos com muita luz. Compram para investir. "Os chineses não gostam de cães e não arrendam a casais que não estejam casados", conta Andreia Falcão.
2. AVENIDAS NOVAS
Quem procura? Classe média e média-alta, com filhos. Estrangeiros: franceses, brasileiros e angolanos. As ruas zonas mais caras? Fundação Calouste Gulbenkian, El Corte Inglés e Parque Eduardo VII, Avenida da República.
Esta é a casa onde vivem há mais tempo, depois de se mudarem cinco vezes: estiveram na Graça, nos Anjos, na Penha de França e em Alvalade. Quando combinavam jantares em casa, os amigos perguntavam logo se ainda moravam no mesmo sítio. Fernando Cabrera, 38 anos, e Luísa, 40, mudaram-se para um T3 nas Avenidas Novas, entre o Campo Pequeno e o Saldanha. A maior vantagem? "Fazer uma vida a pé", diz Fernando, que tem uma empresa de reabilitação profissional desde 2007 com a mulher. Com dois filhos pequenos, de 7 anos e 9 meses, a zona adapta-se ao seu estilo de vida: é calma à noite e aos fins-de-semana, tem estacionamento fácil ao fim do dia, jardins, escolas, transportes e serviços. Segundo a Remax, um dos sítios mais caros desta zona é a Avenida da República: um T4 chega facilmente aos 600 mil euros.
3. CAMPO DE OURIQUE E RATO
Quem procura? Classe média e média-alta. Solteiros, casais novos e investidores, sobretudo portugueses. As ruas mais caras? Largo do Rato e Rua Ferreira Borges. Carismático é uma boa palavra para este bairro, onde antes viviam operários que trabalhavam nas fábricas em Alcântara. É procurado por pessoas entre os 25 e os 40 anos, que apostam na reabilitação. A renovação do Mercado de Campo de Ourique, que abriu em Novembro de 2013 com um conceito gourmet, é uma das razões que reforça a tendência. O metro quadrado custa entre 2 mil e 2.500 euros. Já um dos maiores atractivos do Rato reside no estatuto social de quem vive ali, aponta Beatriz Rubio, presidente da Remax Portugal. Fica a uns passos da Estrela, do Príncipe Real e das Amoreiras. "Os clientes nacionais procuram sítios com transportes e proximidade de serviços, comércio e mercados recuperados", explica.
4.TELHEIRAS
Quem procura? Classe média-alta e jovens solteiros. Casais com um filho.
As ruas/zonas mais caras? Parque dos Príncipes e Quinta dos Inglesinhos.
Segundo o estudo da Cushman & Wakefield, Telheiras é das zonas de Lisboa com um perfil mais jovem. Foi inicialmente habitada por casais de recém-licenciados e por isso ganhou a alcunha de "aldeia dos doutores". Hoje, apesar de já não ter grande espaço para se expandir, possui um ambiente familiar e é uma zona segura. Com bons acessos - a segunda circular, o eixo Norte-Sul e a Avenida Padre Cruz -, também é uma boa opção para quem quer manter o carro, sem ficar longe do centro.
5. CENTRO HISTÓRICO
Quem procura? Portugueses, estrangeiros (suíços, alemães, franceses). Jovens e casais sem filhos ou só com um.
As ruas/zonas mais caras? Pç. das Flores e Jardim do Príncipe Real, Largo do Picadeiro e do Adamastor, R. António Maria Cardoso, R. das Chagas, R. do Ouro e Av. Infante Santo.
O prédio que Nuno Constantino, 42 anos, e o marido compraram na Calçada do Combro está quase pronto. São ambos apaixonados pela reabilitação de casas velhas, mas é a primeira vez que se lançam neste tipo de projecto: um dos apartamentos será para viverem, os restantes sete vão arrendá-los. "No andar onde vamos ficar haverá uma parede toda em vidro que dará para o jardim", descreve Nuno, que trabalha na área imobiliária.
A zona histórica tem várias mais-valias: é central, tem património, cultura, animação, proximidade do rio e é ideal para andar a pé. "Onde no passado existiam prédios antigos e uma população envelhecida, hoje há artistas, jovens e muitos estrangeiros que encontram aqui o espírito de uma aldeia no meio da cidade", diz Miguel Poisson, director-geral da ERA. O Chiado é um dos bairros mais emblemáticos da capital e está cada vez O O mais trendy. Os valores ali são acima da média. "Um T1 no Largo do Carmo custa facilmente 250 mil euros e um T4 900 mil. E são negócios em que as pessoas não pensam duas vezes", diz Ricardo Orelhas, da Century21.
6. LARANJEIRAS E ALTO DOS MOINHOS
Quem procura? Sobretudo portugueses, jovens casais e também famílias numerosas. Classes média e média-alta. As ruas/zonas mais caras? Estrada da Luz, Rua ]oão Freitas Branco, Rua Manuel da Silva Leal e Rua Virgílio Correia.
É uma zona de eleição de estudantes universitários, mas também de famílias com rendimentos altos porque
tem vários condomínios novos (e por construir), com piscina, estacionamento e segurança. É central, tem escolas, hospitais, transportes e também é segura. Mais: embora a vista já não seja um critério tão valorizado, segundo o administrador da Century21 Ricardo Sousa, a proximidade de Monsanto é um atractivo.
7. ALTA DE LISBOA
Quem procura? Famílias com filhos e casais jovens. As ruas/zonas mais caras? Quintas das Conchas e dos Lilases.
Começou a ser projectada há apenas 30 anos, e essa é uma das suas grandes vantagens. Situada entre o Aeroporto de Lisboa e o Lumiar, abrange uma área de 300 hectares. Tem grandes avenidas, equilíbrio entre a construção e as zonas verdes, é próxima do metro e de vários colégios. E é um bairro seguro. O condomínio Parque das Conchas é o mais caro. Uma casa no bloco com melhores vistas pode chegar aos 525 mil euros.
8. MIRAFLORES
Quem procura? Famílias jovens com filhos. As ruas/zonas mais caras? Alam. Fernão Lopes, Av. das Tulipas. Av. General Norton de Matos e R. Dr. Alfredo da Costa.
Pagar a pronto é uma tendência recente. "Os investidores estrangeiros compram sempre assim e também há muitos portugueses a fazê-lo", diz à SÁBADO Ricardo Guimarães director da revista Confidencial Imobiliário. Razões: conseguem negociar melhor os preços e não ficam com o dinheiro empatado no banco. De acordo com Ricardo Sousa, administrador da Century21, a maioria das pessoas que compra casa em Miraflores não recorre ao crédito à habitação. As tipologias mais procuradas são os T3 e T4 com garagem ou estacionamento.
9. CASCAIS
Quem procura? Classe média-alta, acima dos 40 anos. Portugueses e estrangeiros, sobretudo franceses, alemães, angolanos e brasileiros.
As ruas/zonas mais caras? Costa da Guia, Monte Estoril e Quinta da Marinha.
Há uma explicação para os europeus adorarem Cascais. Preferem ter uma moradia, querem estar perto das principais escolas internacionais e, por último, apreciam melhor o bom tempo. A proximidade da praia, o comércio e a restauração, bem como o facto de estar a apenas 35 minutos de Lisboa de comboio são aspectos valorizados. É caro. Na Quinta da Marinha e no Atlântico Estoril Residence, os apartamentos chegam aos 6 milhões de euros.
10. OEIRAS
Quem procura? Classe média-alta, até aos 40 anos. Portugueses licenciados e quadros de empresas.
As ruas/zonas mais cara? Em frente ao mar.
Oeiras tem uma mais-valia difícil de superar é dos concelhos de Portugal com um P1B mais elevado. Centros como o Tagus Park e o Lagoas Park atraem muitos quadros de empresas. Além disso, é uma zona com bons acessos a Lisboa, proximidade do mar, segurança, espaços verdes, como o Parque dos Poetas, e tranquilidade. Nas zonas mais nobres e perto do mar. os preços atingem os 2.300 euros/m2.
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