Os ténues sinais de melhoria da
conjuntura do Setor, até agora francamente
recessiva, que começaram no final de 2013, continuaram a manifestar-se no início
do corrente ano.
De acordo com a mais recente análise de conjuntura da
FEPICOP- Federação Portuguesa da Indústria da Construção, a confiança dos
empresários intensificou-se e vários indicadores, depois de revelarem
comportamentos francamente negativos ao longo de 2013, denotaram andamentos
menos desfavoráveis nos dois primeiros meses de 2014.
No entanto, importa alertar para o facto de a análise
qualitativa estar afetada por uma base de incidência mais reduzida e, também,
pelo quadro de profunda recessão vivido no Setor, em que qualquer pequeno sinal
positivo pode ser excessivamente valorizado.
Sem perder de vista estes pressupostos, salienta-se,
então, que, em janeiro e fevereiro passados, os empresários da Construção
revelaram-se bem mais confiantes na atividade, em virtude quer da carteira de
encomendas, nomeadamente no segmento da construção Não Residencial, quer das
perspetivas de evolução futura do emprego no Setor, estendendo-se o otimismo ao
nível de trabalho das suas empresas.
Numa vertente quantitativa, indicadores como, por
exemplo, a área licenciada para fins não habitacionais, que cresceu 7,9% face
ao período homólogo nos dois primeiros meses do ano, e, na Engenharia Civil, o
montante das obras lançadas a concurso e o valor dos contratos celebrados, que
subiram em termos homólogos 82% e 14,5% respetivamente, ilustram a melhoria
referida.
Contudo, persistem fatores que refletem o andamento
negativo da atividade. Em janeiro, o número de desempregados provenientes do
Setor (95,8 mil), embora inferior ao registado no período homólogo (110,5 mil),
continuava elevado, inclusive mais do que em dezembro de 2013 (94,1 mil). No
plano financeiro, as empresas continuam a debater-se com problemas de crédito.
O crédito às empresas do Setor manteve-se em queda em
janeiro último – menos 13,4% do que no mesmo mês do ano passado. Tal traduz uma
redução do nível de endividamento do Setor, mas o mal parado continua a assumir
um peso excessivo no total dos empréstimos à atividade: 24,2%, em janeiro. Seja
como for e até à data, não se vislumbram condições para alterações de fundo que
permitam este ano uma retoma da atividade, continuando as estimativas da
FEPICOP a apontar para uma nova queda da produção global do setor da Construção,
ainda que em menor grau do que o registado nos últimos anos, de cerca de 4,5%.
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