Paixão, rentabilidade elevada e investimento reduzido
são algumas das razões para o sucesso.
Apesar
das quatro mil empresas de mediação imobiliária que existiam há cinco anos
terem caído para metade, as principais mediadoras do país somam e seguem com
cada vez mais lojas.
Só
este ano, a Remax já celebrou 13 novos contratos de franchising e a Century 21
acabou de abrir seis novas lojas, distribuídas por Cascais, Sesimbra, Porto e Póvoa
do Varzim. Por sua vez, a ERA conta chegar ao fim do ano com mais 20 agências.
Estas
três empresas contactadas pelo i esperam um crescimento nos lucros na
ordem dos 25 a 30%. Não sendo, por isso, de estranhar que a sua taxa de falência
seja inferior a 5%. "As razões prendem-se sobretudo com a falta de liderança",
justifica o director de expansão da ERA, Pedro Barbosa, razão partilhada pela
CEO da Remax, Beatriz Rubio. Mas esta é uma situação atípica. O director-geral
da Century 21, Ricardo Sousa, diz que são mais as lojas que vingam porque "em
Portugal, actualmente, os números indicam que em apenas dois anos a percentagem
de transacções que actualmente são realizadas através de uma empresa de mediação
imobiliária passará de 40% para mais de 50%". E ao que tudo indica este
valor ainda irá crescer. "À semelhança do que já acontece noutros países,
também em Portugal a procura pelos serviços de mediadores imobiliários está a
aumentar significativamente", acrescenta Ricardo Sousa, ressalvando que o
nível de exigência também está a aumentar, o que obriga a uma profissionalização
do sector e a uma reestruturação das empresas para irem ao encontro das
necessidades actuais dos clientes. "Neste sentido, as empresas de mediação
imobiliária com profissionais especializados não só estão a vingar, como estão
a ser capazes de se fortalecer", sublinha.
A
falta de emprego, por estranho que pareça, pode até beneficiar este negócio,
uma vez que o perfil dos candidatos a abrir lojas ou a colaborar com elas é
muito mais qualificado do que no passado. "Isso permite-nos também ter uma
taxa de retenção mais elevada", conclui o administrador da Century 21. Já
Beatriz Rubio optou por enumerar outras razões: "o que leva uma pessoa a
arriscar tudo por esta área é em primeiro lugar a paixão. Depois, o facto de
ser uma actividade que praticamente todas as pessoas necessitam e a que
recorrem em vários momentos das suas vidas", afirmou, chamando a atenção
para o facto dos franchisings proporcionarem um elevado potencial de volume de
negócio e de rentabilidade. Além disso, "não carecem de um investimento
alto, uma vez que não são necessárias grandes instalações, maquinaria ou
equipamentos, nem custos salariais, stocks, perecíveis, devoluções, etc.",
finaliza.
Por
exemplo, na ERA, entre o primeiro trimestre de 2013 e o deste ano, a
percentagem de interessados em abrir franchisings cresceu 40%. Esta evolução
foi tal que, só este ano, a mesma mediadora já criou 336 novos postos de
trabalho e pretende chegar aos 500.
Artigo publicado em www.ionline.pt | abril/2014
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