Paris agora olha para Lisboa e não
o contrário como aconteceu noutras épocas em que a nossa inteligência
esperava pelas novidades literárias e artísticas que chegavam de França, em
livros e jornais que viajavam até nós de comboio.
Registe-se, a propósito, que no próximo dia 16, abre
na capital francesa o terceiro Salão do Imobiliário e do Turismo Portugueses de
Paris, uma iniciativa da Câmara do Comércio e da Indústria Franco Portuguesa
(CCIFP) com a parceria da Associação Industrial Portuguesa (AIP) Feiras
Congressos e Eventos e o apoio da Associação de Profissionais e Empresas de
Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) que nesta edição leva mais de uma
dezena de empresas, dando assim um sinal da importância do mercado francês para
o imobiliário português.
Esta nova edição do Salão de Paris assume-se como uma
reafirmação do imobiliário português cada vez mais a mostrar-se refúgio seguro
para muitos investimentos internacionais que aguardavam destinos de confiança.
Refúgio de investidores internacionais mas também destino privilegiado para uma
terceira idade europeia cujas reformas e pensões ganham outro poder de compra neste
nosso país do Sul de potencial ímpar qualidade de vida.
Basta pensar no regime fiscal que garante isenção de
IRS sobre reformas e pensões aos estrangeiros que comprem casa em Portugal e
passem cá seis meses por ano durante dez anos, para nos olharmos como destino
de sonho, alcançável à classe média europeia que chega à terceira idade com
rendimentos certos e elevados para o padrão de vida nacional.
Somos, apesar de por vezes parecer que o queremos
esconder, um país Europeu, com a matriz civilizacional da Europa, que mantém
características do Sul, climatericamente até mais favoráveis pela amenidade
durante todo o ano, e um país socialmente estável que gosta de receber e
incluir e que mantém a tradicional hospitalidade que os estrangeiros bem
conhecem.
E até há números que ilustram esta realidade. Os números
das transações imobiliárias já efetuadas, no corrente ano, por estrangeiros em
Portugal, mostram que os ingleses continuam a ser os estrangeiros mais
interessados em escolher entre nós a segunda habitação, mas mostram que a par
dos chineses, uma procura saída de uma fortíssima economia emergente, estão
também os franceses, outrora menos atentos ao Ocidente da Europa.
Portugal já não é aquele lugar muito típico, onde os
automóveis se cruzam muitas vezes com carros de bois, quase medievais, e onde
as mulheres andam sempre de lenço na cabeça e vestem de preto, arrastando os
filhos mais pequenos, quase invariavelmente descalços e sujos. Portugal é hoje
um país moderno, reconhecido como tal, que integra o Primeiro Mundo sem ter
perdido a alma que faz desta Nação, neste território europeu, um lugar único na
afirmação da nossa identidade e na abertura aos outros.
É isto que seguramente vamos voltar a dizer a Paris,
no terceiro Salão do Imobiliário e do Turismo Portugueses que abre portas, na
Porta de Versailles, já no próximo dia 16 para que os franceses e outros
interessados possam ver-nos melhor.
Artigo escrito por Luís Lima - Presidente da CIMLOP, publicado em blogimobiliario.com.pt | segunda-feira, 5 de maio de 2014
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