Vistos Gold são os grandes responsáveis pela
retoma do investimento estrangeiro no país
Apesar de o mercado imobiliário ainda se
encontrar estagnado, o investimento neste sector atingiu os 235 milhões de
euros nos primeiros nove meses deste ano, revela um estudo da Jones Lang
LaSalle (JLL), publicado no seu Market Pulse Portugal, referente ao terceiro
trimestre de 2013. Os sinais são de recuperação, já que em 2012 o total da
actividade de investimento no país foi de 125 milhões.
Ainda que Portugal esteja em crise, a sensação é
que "a nuvem negra da saída de Portugal da zona Euro finalmente
desapareceu", explica ao i o director de investimento da JLL,
Fernando Ferreira, ao que o director de investimento da CBRE, Tim Seconde,
acrescenta a rápida recuperação e a forte concorrência de outros mercados da
moeda única. Mas um dos grandes responsáveis para o aumento do investimento
imobiliário está relacionado com o projecto dos vistos Gold - vistos de
residência que Portugal oferece a estrangeiros de países não pertencentes à
União Europeia para investirem no mínimo 500 mil euros. O presidente da
Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal
(APEMIP), Luís Lima, lembra mesmo que Portugal já atribuiu 388 deste vistos, o
que corresponde a um investimento de 242 milhões de euros, valor que, na sua
opinião, tende a aumentar.
Até agora, já beneficiaram dos vistos Gold
cidadãos de 24 países, com a China a liderar, com 295 autorizações de
residência. Destaque também para a Rússia, Brasil e Angola. Luís Lima sublinha
que "é importante que estes investidores sintam que é positivo investir no
nosso país, porque este sentimento acabará por influenciar outros interessados
em encontrar mercados seguros". Fernando Ferreira também considera
importante o aumento de confiança em Portugal, mas chama a atenção para os
yelds - taxa interna de rendibilidade anualizada de um activo - praticados no
nosso mercado. "Como são superiores aos praticados noutros mercados para
produtos comparáveis, permitem aos fundos estrangeiros alavancar as
rentabilidades das suas carteiras", explica.
Já para o partner e director de investimento da
Cushman & Wakefield, Luís Rocha Antunes, os investidores estrangeiros
compram porque consideram ser um bom momento para entrar num mercado que
"bateu no fundo" e onde há imobiliário de extrema qualidade.
"A boa notícia é que as vendas a
estrangeiros estão a ajudar a recapitalizar alguns grupos portugueses",
destaca.
Posto isto, a tendência é para que 2014 ainda
seja melhor que este ano. "Encontram-se a ser desenhadas algumas operações
que poderão atingir os 400 milhões de euros", realça o managing director
da Aguirre Newman, Paulo Silva. No entanto, Tim Seconde alerta para a falta de
produto, que considera ser o principal obstáculo. "Se existisse em Lisboa
um estoque de edifícios de escritórios bem arrendados, seriam todos vendidos no
próximo ano", enfatiza. Lisboa continua a ser a zona mais procurada pelos
investidores por ser o destino de eleição para muitas empresas que procuram
espaço para os seus escritórios", finaliza ainda Fernando Ferreira.
Artigo publicado em vidaimobiliaria.com | quinta-feira, 2 de Fevereiro de 2014
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