Portugal é um destino atractivo para os investidores estrangeiros. Aqui podem descobrir produtos imobiliários de qualidade a preços competitivos e é possível encontrar investimentos com taxas de rentabilidade que são o dobro do mercado inglês ou francês, em produtos equivalentes.
E porque esse investimento tem vindo a crescer, a consultora
internacional CBRE Portugal, em parceria com a empresa internacional de
advocacia Garrigues, criaram o ‘Guia de Investimento Imobiliário em
Portugal’. Com o intuito de fazer uma radiografia ao mercado português e
de explicar as áreas mais atractivas para investir, este guia vem dar
uma ideia mais precisa das regras do nosso imobiliário.
Miguel Marques dos Santos, sócio responsável pelo departamento de
Imobiliário e Urbanismo da Garrigues Portugal, refere ao SOL que o
objectivo do guia é facilitar a apreensão da realidade portuguesa, por
parte de investidores que olham para Portugal como um dos destinos
possíveis para os seus investimentos. Contudo, o responsável garante que
a obra não irá ajudar os investidores a ultrapassarem a burocracia do
país, que tem dificultado o investimento estrangeiro.
O responsável destaca que a burocracia só pode ser ultrapassada com
medidas do Estado, que contribuam para a sua diminuição. Mas o guia
«poderá cumprir uma função também importante, que é a de facultar ao
investidor, de forma simples e directa, uma fotografia da nossa
realidade, em termos de mercado e de regras jurídicas e fiscais
aplicáveis ao investimento», explica Miguel Marques dos Santos.
Investidores e fundos soberanos têm interesse
Também Francisco Horta e Costa, managing director da CBRE Portugal,
salienta que este guia é dirigido sobretudo aos investidores que já cá
estão, mas que não investem há algum tempo, «bem como aos novos
investidores que têm pouco ou nenhum conhecimento do mercado, tais como
os brasileiros ou institucionais europeus, além de fundos soberanos, que
têm demonstrado interesse».
Para o director da CBRE os projectos de qualidade, transversais aos
vários sectores, que possam ser adquiridos a preços que reflictam a
situação do mercado actual, são os que mais interessam aos investidores
estrangeiros. «Os investidores estão à espera de encontrar produtos
prime com preços corrigidos. E edifícios de escritórios arrendados a
longo prazo a empresas de reconhecida qualidade, centros comerciais,
lojas em zonas prime, projectos de valor acrescentado no centro da
cidade e zonas históricas, são o tipo de investimentos mais atractivos»,
adianta Horta e Costa.
Segundo o Guia de Investimento, no 4º trimestre de 2012 existia no
mercado em Portugal um stock total de 4,5 milhões de metros quadrados.
No retalho, o stock no mesmo período era de 3,5 milhões de metros
quadrados, e só os centros comerciais representavam 2,8 milhões. O
volume de negócios de maior investimento anual ocorreu em 2007 com 1,4
mil milhões de euros, e menor aconteceu em 2012, com 100 milhões.
Miguel Marques dos Santos refere que o mercado imobiliário, de uma forma
geral, viveu tempos difíceis em 2010, 2011 e 2012. A sua percepção é a
de que a segunda metade do ano passado constituiu um ponto de viragem. A
partir de Setembro/Outubro passou a haver mais interesse por parte dos
investidores internacionais relativamente a activos de qualidade,
principalmente comerciais e de escritórios. «Apesar do mercado de
investimento ainda estar muito longe dos anos bons de 2007/2008,
parece-me natural que 2013 traga transacções interessantes nestes
segmentos. Quanto ao sector da promoção, imobiliária ou turística, tudo
indica que a recuperação será lenta e difícil», esclarece.
Guia aponta para boas oportunidades de negócio
Francisco Horta e Costa, por seu turno, admite que o guia em si mesmo não transmite conselhos específicos. No entanto, permite tirar conclusões sobre quais os sectores onde podem existir boas oportunidades de negócio, dada a correcção de preços e um desequilíbrio entre oferta e procura do qual se possa tirar partido.
O responsável assegura que o facto de se investir na zona Euro, numa
fase baixa do ciclo económico, podendo ter acesso a produtos que
normalmente não estariam no mercado, e a preços atractivos, são motivos
aliciantes para o investidor estrangeiro. «O mercado português sofreu
uma correcção nas yields que neste momento são razoavelmente mais altas
do que as de outros mercados europeus, onde existe uma maior
concorrência. Aqui é possível encontrar investimentos com taxas de
rentabilidade que são o dobro do mercado inglês ou francês, em produto
de qualidade equivalente», esclarece.
As maiores dificuldades encontradas em Portugal por um investidor são, na opinião do responsável da CBRE, a pequena dimensão do mercado português, «o que o torna menos líquido e onde existem poucos investimentos com massa crítica. Há investidores internacionais que só investem montantes superiores a 75 milhões de euros. Por outro lado, é um mercado bom para os privados, que tendencialmente investem entre os 5 milhões e os 30 milhões de euros», conclui.
In SOL
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