Paulo Sousa reconheceu que o imobiliário continua a ser “um sector de refúgio” para o investimento e disse, a propósito do aumento significativo das dações de imóveis para resgate de dívidas, que é “preciso reservar os activos e evitar a desvalorização do património que foi adquirido”, como investimento, pela maioria da população portuguesa.
Citando diversas fontes, incluindo a Associação de Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Paulo Sousa lembrou que a Europa está “a construir e a vender menos casas” e que a expectativa da compra de habitação está a baixar em todos os segmentos.
Antes da intervenção do direct o r d e F i n a n c i ame n t o d a C GD, Manuel Avelino de Jesus, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), defendeu que a desfavorável situação periférica de Portugal nos obriga a fazer mais e melhor do que os outros (o que também justificará que a proclamada convergência fiscal possa ser um erro).
Manuel Avelino de Jesus, confrontando a possibilidade da habitação poder ser considerada ou um bem de capital ou um bem de consumo, sublinhou que, em Portugal, o “valor da habitação é superior ao valor do stock do capital das empresas”.
Com estas premissas, o economista defendeu que “o stock imenso de habitação” pudesse “transformar-se em stock de capital das empresas, numa mudança que facilitaria a mobilidade laboral”.
“As pessoas em Portugal não se mexem, não mudam de casa nem de emprego”, asseverou o professor do ISEG, depois de elencar os seis pecados capitais da nossa economia (fraca proporção de capital por trabalhador, baixa dimensão das nossas empresas, mau investimento, falta de poupança, papel predador do Estado face a economia e à sociedade, domínio do crédito bancário à habitação que é superior ao crédito concedido as empresas).
Fonte: Público
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